A história da Antiga Israel abrange
o período desde o século XX a.C. até à expulsão e Diáspora do povo judaico no século I, na área
compreendida entre o Mar Mediterrâneo, o deserto do Sinai, as montanhas do Líbano e o deserto da
Judeia. Concentra-se especialmente no estudo do povo judeu neste período, e de
forma secundária dos outros povos que com ele conviveram, como:
Filisteus, fenícios, moabitas, idumeus, hititas, madianitas, amoritas e amonitas. As fontes sobre este período são principalmente a
escrita clássica como a Bíblia hebraica ou Tanakh (conhecida
pelos cristãos como Antigo Testamento), o Talmude, o livro etíope Kebra Nagast e escritos de Nicolau de Damasco, Artapano
de Alexandria, Fílon e Josefo.
Outra fonte principal de informação são os achados arqueológicos no Egito, Moab, Assíria ou Babilónia, e os vestígios e inscrições no próprio território.
A Terra de Israel, conhecida em hebraico como Eretz Israel, é sagrada para o
povo judeu desde os tempos bíblicos. De acordo com a Torá os cinco livros escritos por Moisés, que iniciam a Bíblia
Sagrada a Terra de Israel foi prometida
aos três patriarcas do
povo judeu, por Deus, como a sua pátria; estudiosos têm colocado este
período no início do 2º milênio a.C. A terra
de Israel guarda um lugar especial nas obrigações religiosas judaicas,
englobando os mais importantes locais do judaísmo (como os restos do Primeiro e Segundo Templos do povo judeu). A partir do século X a.C. uma série de reinos e estados judaicos
estabeleceram um controle intermitente sobre a região que durou cerca de 150
anos, para o Reino de Israel, até à sua
conquista pelos assírios em 721 a.C., e quatro
séculos para o Reino de Judá, até à sua conquista por Nabucodonosor em 586 a.C. e destruição do Templo de Salomão pelos babilónios. Em 140 a.C. a revolta dos Macabeus levou
ao estabelecimento do Reino Hasmoneu de Israel,
cuja existência enquanto reino independente durou 77 anos, até à conquista de
Jerusalém por Pompeu em 63 a.C, altura em que se tornou um reino
tributário do Império Romano.
Sob o domínio
assírio, babilônico, persa, grego, romano, bizantino , a
presença judaica na região diminuiu por causa de expulsões em massa. Em
particular, o fracasso na revolta de Bar Kokhba contra
o Império Romano em 132
resultou em uma expulsão dos judeus em larga escala. Durante este tempo os
romanos deram o nome de Syria Palestina à região
geográfica, numa tentativa de apagar laços judaicos com a terra. No entanto, a
presença judaica na Palestina manteve-se, com o deslocamento de judeus da Judeia para
a cidade de Tiberíades, na Galileia. No início do século XII ainda permaneciam cerca de 50 famílias
judaicas na cidade. A Mishná e o Talmud de Jerusalém, dois
dos textos judaicos mais importantes, foram compostos na região durante esse
período. A terra foi conquistada do Império Bizantino em
638 durante o período inicial das conquistas muçulmanas. O niqqud hebraico foi inventado em Tiberíades nessa época. A área
foi dominada pelos omíadas, depois pelos abássidas, cruzados, os corésmios e mongóis, antes de se tornar parte do império dos mamelucos (1260-1516) e o Império Otomano em 1517.
Embora a presença judaica na Palestina tenha
sido constante, os judeus que "sempre lá estiveram" reduziam-se à
pequena comunidade rural de Peki'in, árabes em tudo excepto na religião. Durante os
séculos XII e XIII, houve um pequeno, mas constante movimento de imigrantes
judeus para a região, especialmente vindos do Norte de África. Após o Decreto de Alhambra em
1492, muitos judeus expulsos de Espanha partiram para a Terra Santa,[45] embora
se tenham fixado nas cidades onde viviam da caridade e do halukka enviado pelos seus pares na Diáspora. Após 1517, sob o domínio Otomano, a região tornou-se uma província esquecida do
Império, declinando em população devido à extrema pobreza, impostos
exorbitantes, doença e falta de segurança. A população era maioritariamente muçulmana, da qual dez por cento eram católicos. Em 1777, judeus europeus começaram a voltar à
região, juntando-se à pequena comunidade sefardita local. Por volta de 1800, a população
judaica rondaria os três milhares, vivendo sobretudo nas "Quatro Cidades Sagradas", Jerusalém, Hebron, Safed e Tiberíades. Despreparados para a rudeza da região, sem
conseguir arranjar emprego e impedidos de possuir terras, os judeus europeus
viviam na miséria, sobrevivendo, mais uma vez, do halukka. Já na
década de 1850, os judeus chegariam mesmo a constituir pelo menos a metade da
população de Safed, Tiberíades e Jerusalém.
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